Passando
por múltiplas tribulações, algumas vezes me vi compelida a ler o livro de Jó.
Mas, confesso, não era com o intuito de aprender algo a mais com ele.
Na
verdade, isso acontecia em momentos em que eu me sentia em uma espécie de aura de rebeldia,
ou melhor, querendo alfinetar minha autoestima em Cristo, querendo murmurar e
ouvir Deus me perguntando onde eu estava quando Ele fez os “céus e os
fundamentos da terra”. Então eu o responderia dizendo: Tu tens razão Senhor! Eu
não sou ninguém! Eu não sou nada!
Mas
eu não li o livro, ficou apenas na intenção.
O
tempo passou, as tribulações diminuíram em proporção e meu relacionamento com Deus
voltou ao “normal”.
Agora
estava eu aqui pensando: O livro de Jó não está na Bíblia por acaso, não é para
preencher lacunas ou para tão somente contar a historia de que... ”Havia um
homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e
que se desviava do mal” e que se viu vítima de ataques do diabo.
Conscientizei-me
de que o episódio com Jó ainda ocorre nos dias atuais. A Bíblia nos relata em algumas passagens:
- 1Pedro 5:8 Sede sóbrios; vigiai; porque o
diabo, vosso
adversário, anda
em derredor, bramando como
leão, buscando a quem possa tragar;
- 2Coríntios 11: 14 E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz;
- Lucas 22:3: "E Satanás entrou em Judas”;
- Lucas 4: E quarenta dias foi tentado pelo diabo.
Pude
então perceber que ao me ver afligida por múltiplas tribulações, principalmente
em situações para as quais eu aparentemente não contribuí conscientemente, pode
ser que eu esteja passando pelas experiências de Jó.
Pode
ser que o acusador, que ainda vive de rodear a terra, e passear por ela,
esteja desafiando a minha confiança, fidelidade e a firmeza do meu amor a Deus.
Pode ser que o Senhor permita que isso aconteça comigo para que eu perceba que
o meu amor deve estar em Deus e não nos milagres e nem nas concessões que Ele
me faz.
Acho
que me falta discernimento espiritual para compreender quando as tribulações
que me assolam são consequências de meus atos, disciplina do Senhor ou quando
são os desafios do acusador.
Nossa
tendência é acusar Deus, mas o Senhor não nos causa mal algum.
Concluí que para
me fortalecer e não fraquejar nessas investidas, pois elas são inevitáveis, preciso
estreitar meu relacionamento com Deus, tornar-me íntima de seus procedimentos e
atitudes conforme os relatos bíblicos me mostram.
Só
assim terei confiança Nele, o que me proporcionará um relacionamento baseado em
confiança, duradouro e resistente a tribulações.
Então poderei dizer como em Jó 42:5 "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem".
Mamélia